Parkinson pode não começar no cérebro, aponta estudo

Parkinson pode não começar no cérebro, aponta estudo

Segundo os pesquisadores, uma proteína responsável por desencadear a doença seria transportada de outro órgão do corpo para o cérebro

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Imagem: Daisy Daisy/ Shutterstock

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O Parkinson é uma condição neurodegenerativa que afeta principalmente o controle dos movimentos, causando tremores, rigidez muscular e lentidão nos movimentos. A doença é causada por uma redução na produção da dopamina, um neurotransmissor crucial para a coordenação motora. 

Apesar dos efeitos identificados no cérebro, um novo estudo desafia o atual entendimento sobre a condição. Segundo pesquisadores da Universidade de Wuhan, na China, a doença pode começar em outra parte do corpo.

Doença afeta o cérebro, mas pode não surgir nele (Imagem: Edit 4 Me/Shutterstock)

Proteínas se acumulam nos rins antes de irem para o cérebro

  • O novo trabalho analisou principalmente a proteína alfa-sinucleína (α-Syn), que está intimamente associada ao Parkinson.
  • Segundo os cientistas, falhas na produção podem causar o acúmulo destas proteínas nos rins.
  • A partir do órgão, elas seriam transportadas para o cérebro, onde desempenhariam um importante papel no desencadeamento da doença.
  • Em outras palavras, o estudo afirma que a condição pode começar nos rins.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Nature Neuroscience.

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Rins seriam o local de início do Parkinson (Imagem: Natali _ Mis/Shutterstock)

Estudo tem algumas limitações

Durante o estudo, vários testes foram realizados em camundongos geneticamente modificados. Além disso, foram observadas reações da proteína em tecidos humanos, incluindo amostras de pessoas diagnosticadas com Parkinson.

A equipe identificou um crescimento anormal de α-Syn nos rins de 10 em cada 11 pessoas com a doença e outros tipos de demência relacionados a corpos de Lewy, um tipo comumente visto de aglomeração das proteínas.

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Doença afeta principalmente o controle dos movimentos (Imagem: Erfan Rg/Unsplash)

Além disso, foram observadas disfunções proteicas semelhantes em 17 dos 20 pacientes com doença renal crônica, embora essas pessoas não apresentassem sinais de distúrbios neurológicos. Esta é uma evidência de que os rins são o ponte de partida para a concentração dessas proteínas nocivas.

Apesar dos resultados, existem algumas limitações para este estudo. O número de pessoas que tiveram amostras de tecido retiradas foi relativamente pequeno e não há garantia de que os mesmos processos observados nos camundongos aconteçam nas pessoas.


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.


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